Piscicultura é um ramo da Zootecnia que se preocupa com a criação de peixes.
Limnologia é o estudo do conjunto das variáveis hidrológicos físicos, químicos e biológicos das águas doces ou epicontinentais.
Desta forma, a ligação da limnologia com a piscicultura torna-se evidente e necessária, já que a prática da piscicultura é feita em grande parte em corpos d’água epicontinentais.
Tanto no trabalho de piscicultura intensiva como a extensiva, é de fundamental importância o estudo limnológico, no local escolhido, pois permitirá o conhecimento de todas as interrelações existente entre os fatores biológicos e abióticos do ecossistema aquático.
Um dos objetivos do estudo limnológico é a determinação da cadeia alimentar em um dados ambiente, principalmente quando esse ambiente poderá tornar produtiva em termos da produção proteica para todas as populações desta cadeia produtiva.
Ao colocarmos algum peixe em um determinado ambiente (por exemplo reservatório, ou represa), ou se quisermos estudar um peixe ali existente, temos que conhecer a cadeia alimentar desse ecossistema. Com este conhecimento podemos intervir nesse ecossistema para melhorá-lo com o objetivo de aumentar a produção desse dado peixe.
Em síntese, só é possível o desenvolvimento de peixe em um dado ambiente quando conhecemos perfeitamente esse ambiente sob os aspectos limnologicos.
Não podemos esquecer que o equilíbrio do ecossistema é muito importante para a preservação da fauna piscícola. Portanto, o homem tem que aprender a viver em mutualismo com a natureza. Há muito o que ganhar quando se pode transformar interações negativas em positivas.
1. Perspectivas de maior integração das pesquisas em limnologia e aquicultura
Nos estudos limnológicos a médio e a longo prazos e, em sistema dos corpos de água rasos e especialmente em viveiros de piscicultura, são necessários o planejamento e criação de uma série histórica de dados confiáveis que levarão a um melhor entendimentos do funcionamento desses sistemas contribuindo simultaneamente para elaborar as inter-relações de ajustes para os aspectos, aplicados para maximinização da produtividade secundária. Seja pela natureza descontínua e rotineira com que os viveiros são utilizados em aquicultura (calagem, adubação. alimentação, esvaziamento, etc) ou pela não percepção da necessidade dos estudos (por exemplo efeitos negativos e/ou positivo da liberação de nutrientes armazenados no sedimento para a produtividade primária), não há bancos disponíveis e confiáveis para fazer uma previsão a curto prazo para que as variações interanuais não favoráveis sejam previstas com eficiência.
Limnologistas e aquicultores necessitam de mais pesquisas integradas abordando os problemas aplicados a aquicultura.
Diversos temas abordados na limnologia moderna como: a manutenção da qualidade de águas naturais; a eutrofização culturais, a introdução de espécies exóticas, a perda da biodiversidade e a biomanipulação são assuntos intimamente ligados à aquicultura.
A piscicultura intensiva é a atividade que trata da criação de peixes de maneira exclusiva, isto é, com controle de todos os elementos envolvidos na criação de peixes.
Caracteriza-se pelo total controle das condições ambientais e limnológicas e seu objetivo é a máxima produção possível por unidade de área e tempo, empregando-se a alimentação artificial, favorecendo o aumento da produtividade piscícola associado com a melhoria da produtividade aquática por meio de adubos e corretivos nos tanques e viveiros.
A viabilidade econômica destes sistemas só é obtido com o cultivo de espécies de peixes de valor econômico como a truta, salmão, carpas chinesas, bagre do canal que são criados em tanques-rede praticadas nos países asiáticos e europeus o que dá uma idéia como está desenvolvido este sistema de manejo de peixes e com excepcional rentabilidade.
No Brasil, o cultivo intensivo através de tanques-rede, ensaiam os primeiros passos com a criação de espécies nativas como o pacu (Piaractus mesopotamicus) e tambaqui (Colossoma macropomum) e seu híbrido tambacu, nos reservatórios de FURNAS e CEMIG.
A piscicultura extensiva é a utilização de reservatórios, represas ou lagos, que tenham como principal finalidade outra função qualquer que não seja a criação de peixes.
É caracterizado por povoamento e repovoamento, onde a produção de biomassa é dependente dos alimentos naturais produzidos nos diferentes níveis tróficos da cadeia alimentar desses ecossitemas. Neste caso não há interferência do homem no ambiente (criatório).
O controle de peixe nesse ambiente é muito difícil. A população de peixe estão em equilíbrio quando houver, anualmente, captura satisfatória de peixe de tamanho comercial, pertencentes a diversas espécies de valor comercial.
A produção de peixes nessas condições, oscila de 15 kg/ha/ano, que é a média dos grandes reservatórios construídos para aproveitamento da energia hidroelétrica na região Centro-Sul do Brasil, até 346 kg/ha/ano, que é a produtividade anual média obtida pela pesca no açude “Rômulo Campos”, o mais produtivo dentre os 100 reservatórios sob supervisão do DNOCS, no Nordeste.
Atualmente, o Departamento Nacional de Obras contra as Secas, DNOCS, vem fazendo o inventário das espécies de peixes existentes nos reservatórios, através de esforços de pesca, isto é, levantamento da quantidade de peixes capturados por unidade de área e de tempo. De posse do resultado deste inventário, determina-se pode ou não introduzir espécies novas e, em caso afirmativo, quais deverão ser estas espécies. A partir daí, torna-se fundamental os estudos limnológicos desse ecossistema.
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